Ilhas Gregas

Antes do nascer do sol lá estávamos em Pireus. Esperando. Compramos os tickets com antecedência pela internet mas não sabíamos como funcionava. Chegamos cedinho no porto para nos informar. Mineiro não pode perder a balsa, né?!

Lá pelas 07h00 já havia fila... Gente de todo lugar do mundo. Uma confusão organizada. Finalmente nos liberaram para entrar. Depositamos nossas malas com angústia em um compartimento sem identificação alguma... Todas as malas ficavam lá. Meio jogadas pelo piso do  barco... Deve ser pra começar a entrar no clima relax das ilhas gregas...

Nosso destino: Mykonos. Um lugar maravilhoso.  Com casinhas brancas enfeitando a orla. A balsa nos levou como em um sonho... Chegamos no hotel a tempo de tomar café da manhã com a vista do mar Egeu: frutas, iogurte com mel, pães e queijo feta.

O gerente entusiasmado surgiu com um mapa nas mãos.  Recomendava: essa praia é familiar, essa outra é mais selvagem, essa outra é pra baladas, etc...

Quase alugamos um quadriciclo. Quando vimos a velocidade em que andavam... Mudamos de ideia. Não queríamos adrenalina em nosso passeio. Estávamos em busca de algo mais calminho.

Tomamos o ônibus que nos levou até a praia de Paraga.  Um canto pra descansar... Era o que buscávamos. Mas até pra sentar tínhamos que pagar em Euros. Desistimos de Paraga. Mas não sem antes caminhar pela areia e sentir a espuma do mar nos pés.

Que tal dar uma volta pelas ruelas de Chora? Por aqui e ali, olhando tudo com curiosidade e encantamento... Assim fomos.

Terminamos o dia assistindo ao pôr do sol na praia próxima a Little Venice... Era essa vibração que buscávamos em Mykonos. Deixar o momento fluir.

No dia seguinte fomos para Platis Gialos. Passamos horas por lá. Sentamos a beira mar e ficamos observando o movimento. Um astral bom. Entramos um pouco na água e descansamos a vista naquele horizonte.

Mykonos é uma belezura. Não há dúvidas.

Não menos bela, Santorini nos aguardava na manhã seguinte.

Lá fomos nós de balsa novamente. Aquela aventura.

Chegamos no porto e ninguém para nos levar ao hotel... Depois de um tempo,  eis que surge a van. Ela nos deixou no centro e fomos caminhando e empurrando as malas ladeira acima. Essas coisas que só acontecem quando a gente viaja... Né?!

E o hotel era uma simplicidade: uma casa com um portãozinho que só ficava aberto. Cadê o cadeado? Onde estão as trancas e os portões eletrônicos? Relaxamos. Melhor curtir o clima descontraído do lugar.

A recepcionista nos indicou várias praias e lugares para admirar o pôr do sol. Dizendo Ok a cada par de palavras pronunciadas... Seu jeito nos marcou tanto que até hoje nos lembramos dela quando dizemos Ok. Sua melhor indicação foi assistir ao pôr do sol em uma vinícola. Ok.  Melhor vista de Santorini, com a cratera ao centro. OK. Ela disse. Ok. Seguimos seu conselho. Valeu mesmo ter ido. Nem tanto pelo vinho, mas muito pelo cenário. Ok!

 Santorini nos apresentou a uma senhora e seu filho. Paramos para almoçar em um restaurante no caminho de volta da Red Beach. Descobrimos que ali moravam mãe e filho e o restaurante era seu modo de vida. Almoçamos Gyros Pitta. Conversamos bastante. A senhora nos ofereceu um doce de uvas caseiro com iogurte grego. Tão delicioso. Ela disse: Aqui só temos uvas... Não plantamos outras frutas nessa região. Com os olhinhos verdes curiosos perguntava quais frutas plantávamos no Brasil... Mamão, banana, abacaxi...

Santorini também nos apresentou conhecimentos geológicos e históricos... Ali vivera uma grande civilização. A civilização minoica. Santorini (Abreviação de Santa Irene), é na verdade, uma magnífica ilha vulcânica.

Sob o sol escaldante conhecemos a caldera do vulcão. Uma excursão interessante com turistas de vários lugares. Não me esqueço de um inglês com a perna toda enfaixada. Sorridente, descia do barco nas paradas, nadava e voltava, sem reclamar.

Viajar também é esquecer os machucados... E eu tão preocupada em usar filtro solar, me senti tão covarde e cheia de apego.

Na volta para o Brasil já nem nos importávamos tanto com as malas... Mas elas chegaram direitinho, sem grandes arranhões, cheias de lembranças. Não tão cheias como nossos corações - abarrotados de boas memórias.

Fotos: Arquivo Pessoal
Aplicativo para edição de fotos: Canva e Rookie Cam

XXX

Before Sunrise we were there in Piraeus. Waiting. We bought our tickets beforehand through the internet. As we didn´t know how things would flow, we arrived there earlier to get some information. Being “mineiros” we couldn’t miss the ferryboat, right?!

At about 07h00 am there was a queue... People from everywhere in the world. An organized confusion. Finally, they let us enter. As we left our luggage in a compartment with no identification we felt an apprehension... Everyone’s´ luggage were there. They were spread through the boat floor. Maybe on purpose so we could anticipate that relax vibe in those Greek islands...

Our destiny: Mykonos. A wonderful place. Full of little white houses embellishing the coastline. The ferryboat took us as in a dream... We arrived at the hotel in time to take breakfast by the Aegean Sea view.

An enthusiastic manager came with a map in his hands. Recommending: this is a Family beach, this one is wild; this one is for parties, etc...

We almost rent a quadricycle. When we saw the speed they ride... We changed our minds. No need for such adrenaline in our trip. Take it very easy.

We took a bus to Paraga beach.  A place to relax... That´s what we were looking for... But even for just seating by, we should pay. In Euros. We gave up Paraga. But not before walking by the sand and feeling the sea foam in our feet.

What about taking a walk through Chora alleys? Stopping here and there, looking at everything with curiosity and enchantment... That´s what we did.

At the end of the day we were watching the sunset at the beach in Little Venice... That was the vibration we were looking for in Mykonos. Let the moment flow.

By the next day we went to Platis Gialos. We spent hours there sat in a beach coffee bar. Observing the moving scene. A pleasant mood. We got into the sea and lingered our eyes on that horizon.

Mykonos is a beauty. No doubt.

Not less beautiful, Santorini would be Waiting for us in the next morning.

There we went by ferryboat again. What an adventure!

When ww arrived at the port,  the van was not Waiting for us as previously arranged. After some time, there came the van. It let us downtown and we went walking and pushing our luggage up the street.

Things that only happen when we travel... Isn´t it?

Our hotel was so simply: a house with a little gate that was Always opened. Where is the padlock? Where are the locks and electronic security gates? We breathed in and out. Better enjoy the easy mood of that place.

Our hotel receptionist suggested several beaches and places to enjoy the sun set. Saying Ok at every couple of said words... Her manner had impressed us so much that even today we remember her when we say Ok. Her best recommendation was enjoying the Sunshine in a winery, actually. Ok. Best sunset view of Santorini. Ok. She said. Ok. We followed her advice. No regrets. Not for the wine, but that spectacular sunset. Ok!

 Santorini presented us to a lady and her son. We stopped to have lunch at a restaurant when returning from the Red Beach. We found out that mother and son lived there. The restaurant was their way of living. We had Gyros Pitta for lunch while talking a lot. The lady offered us a homemade grape marmalade served with Greek yogurt. So delicious. She said: we only have grapes here... We don´t plant any other fruit in this region. With her curious green eyes, she asked what fruit we used to plant in Brazil... Papaya, banana, pineapple...

Santorini also presented us some geologic and historical knowledge... There used to live a great civilization. Minoic civilization. Santorini (Santa Irene abbreviation) is a magnificent volcanic island, indeed. Under a burning sun we went to the Vulcan caldera. A peculiar excursion with tourists from several places. I can´t forget that English guy with his bandaged leg. Smiling he used to get off the boat during the breaks. He swam and got back, without complaining. Travelling is also about forgetting our injuries... And I was so worried about using sun protector. I just felt myself such a coward and full of attachment.

When returning to Brazil we did not care so much about our luggage. But they arrived safely. No harm. Full of souvenirs. Not so full as our hearts – overflowing with good memories.