Sobre Tornar-se Minimalista




Apesar de surgir de movimentos artísticos, a expressão “Minimalismo” tem sido muito utilizada atualmente para designar determinado padrão de comportamento.


Em minhas observações, minimalismo tem a ver com a valorização daquilo que é mais importante para cada um. Aquilo que nos traz alegria (spark joy, como ensina Marie Kondo). Não é contrário ao consumismo, mas aprecia a conscientização do consumo. A busca por significado mais profundo para o que se consome.

Seria um movimento; um processo. Envolve tomadas de decisão subjetivas: uma completa mudança de hábitos. Aderir a esse processo significa: envolver-se, autoconhecer-se, conscientizar-se. É profundo.

Cada um daqueles que busca o minimalismo consegue contar sua própria experiência. Atrevo-me a comentar sobre minha própria-complexa-busca. Uma luta! Afinal, nossa cultura anda tão impregnada de excessos. Buscar aquilo que nos é essencial pode parecer um retrocesso à primeira vista. É preciso insistir e persistir.

Em meu caso, os livros da Marie Kondo têm me ajudado. Talvez seja em razão de meu fascínio pela cultura japonesa ou a encantadora empatia de Marie. Suas dicas de organização são preciosas. É uma leitura inspiradora. Um dia ainda chegarei lá... ando bem atrasada na fila, ainda.

A todo momento uma voz interior parece dizer: “Ah que bonito! Compre!”. “Ah, que delícia! Vou comer!”. E então, outra voz, mais interior que a outra, pondera: “Mas, é realmente importante? Preciso disso? Me traz alegria?”. E assim vou indo em altos e baixos.

O movimento já começou, no entanto. Em mim, tem produzido efeitos: em ondas. Uma dessas ondas repercutiu nas roupas. E é sobre elas que exponho a seguir.

Aderir ao guarda-roupa minimalista tem sido doloroso e libertador. Doloroso em razão do meu apego à quantidade; libertador em razão de sua praticidade no dia a dia. Poucas peças de roupa que combinam entre si. Todas vestem bem. Isso implica em economia de tempo pelas manhãs ao me trocar para ir ao trabalho. Simples assim. Complicado assim. A criatividade está em combinar as peças entre si e alguns acessórios. É o chamado “Guarda-roupa Cápsula”.

Não tem sido fácil navegar nessa onda. Mas é recompensador: experimento tanta alegria ao abrir o armário e ver tudo organizado – com espaço sobrando; ao olhar o relógio e ver que tenho tempo para brincar um pouco mais com meu filho ou ler uma poesia; ao conferir as contas do mês e concluir que as prestações diminuíram.

Então, sigo nesse processo minimalista, mesmo que em meus altos e baixos...

Este tema merecerá outras reflexões. Em breve.





Referências:
Minimalism – live a meaningful life. The Minimalists
A Mágica da Arrumação – A arte japonesa de colocar ordem na sua casa e na sua vida. Marie Kondo
Minimalism – the guide to a more fulfilling life. John Hawthorn
Fotos - Um Olhar Demorado
App - Canva e VSCO
✨✨
On Becoming Minimalist

The word was originally designated by an artistic movement. But it has been used lately to name a determined standard of living.

As I have observed, minimalism has to do with valuing what is important to each one. Those things that bring us joy (spark joy, as Marie Kondo says). It is not necessarily contrary to consumption, but a consciousness of our consumption. A search for a deep significance of what we consume.

It may be a movement; a process, as it involves taking individual decisions: a complete habit changing. It is not possible to adhere to this process without one’s involvement, self-knowledge, self-consciousness. It’s deep.

Each individual that searches for minimalism may count on one’s own experience. I dare to write about my personal and complex search. Sometimes I get there, others I don´t. After all, our culture is so saturated with excess that getting into one’s essence may seem a wind back at first look.

Reading about Minimalism is not always the right path. In my case, Marie Kondo books have helped. Maybe because I’m very interested in Japanese culture or because Marie is so enchanting. Her organizing tips are precious. That´s inspiring. One day I will get there… I´m still rather at the end of the queue, though.
It seems that an inner voice is calling all the time: “that is beautiful! I’m gonna buy it!”. “Oh, looks so yummy! I wanna taste that!”. And then a deeper inner voice considers: “Is it really important? Brings me joy?”. So I go on in high and lows. A change has begun, indeed. To me, it has produced considerable effects: that I feel in waves. The first one reflected on my clothes. I´ll talk about them below.

My first wave of change, as I´ve said, was felt my clothes. Adhering to a minimalist wardrobe has been painful and releasing to me. Painful due to my attachment to quantity; releasing due to its practicality. The main idea is having few pieces that match and dresses well. This means time economy in the mornings upon my changing to go to work. So simple. So difficult. Creativity lays upon combining pieces and some accessories. It is called “Capsule Wardrobe”.

It hasn´t been easy to navigate in such wave. Otherwise it is rewarding as I feel such joy upon opening my closet and seeing everything is well organized – with available room; I feel such joy upon looking at my watch and noticing I still have time to read a poem or to play with my son a little while; Such joy upon checking my monthly bills are lowering.

And so I keep on this process of becoming minimalism even if in high and lows mode.

These topic deserves more posts here. Soon

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